terça-feira, 29 de maio de 2012





Vai um hambúrguer aí???






Será que o Hambúrguer da época da vovó era mais gostoso que o nosso?
Será que na época da vovó tinha hambúrguer?
Se tinha não sabemos, mas quem inventou era  muito inteligente...................Quer dizer guloso!!!!!!!!!!!!!!!!
Parece brincadeira, mas o hambúrguer é uma das invenções humanas para facilitar nossa vida;
Uma forma de se alimentar rápida, prática e muito saborosa, quando pensamos em um hambúrguer, nossa mente não consegue visualizar a grandiosidade da tecnologia utilizada, no processamento da carne para produção do bife, o pão que a cada dia fica mais saboroso com receitas inovadoras, bem diferente dos tempos da vovó.
De fato o hambúrguer é delicioso, porém se for consumido diariamente pode causar sérios danos a nossa saúde. Isto nos traz a ideia do lado negro da ciência; invenções extraordinárias que a vovó nem imaginava que fosse existir.
No decorrer da disciplina temos visto como a ciência tem evoluído, porém o que aprendemos na semana da entrevista foi como uma ponte ao passado foi possível visualizar a transformação vivida e sentida pelas  pessoas idosas. Ao ouvir o relato da entrevistada ficamos extasiados com tanta inovação, quando a mesma relatou o processo realizado desde a limpeza do algodão até a confecção do cobertor que era realizado no tear de pedal: I M P R E S S I O N A N T E !
E o ferro de passar roupas? Era movida a brasa, tá impressionado né? Nós também ficamos. 
Vamos começar a voar com nossa imaginação, imagine as nossas grandes avenidas pavimentadas com sinais de trânsito cheias de carros de bois kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Imagine nós na correria em que vivemos tivéssemos que socar o arroz que nos alimenta todos os dias no monjolo, sabe o que é isso? Não né, pois é, nós também não sabíamos, ciências também é cultura.
A carne que a vovó fazia, conservada na gordura era uma delicia, mas dava um trabalhoooooo!
Definitivamente! Amamos a evolução que a ciência produziu em nossa geração.
Será que teremos experiências tão marcantes para contar para as próximas gerações?


                       Tear de Pedal



 Ferro de Passar roupas
(macha bomba)




Agora vocês já sabem! Este é o monjolo.



Imagine que este senhor fosse nosso Tutor Graziany, vindo de Juiz de fora em direção ao polo de Ipanema para realizar uma oficina nesse humilde carro de boi? Quanto tempo ele gastaria para chegar ao seu destino?kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Ana Paula, Ana dos Reis, Lucinéia, Rita de Cássia Silva.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Valorização dos Saberes



Vejo que a escola não valoriza muito os saberes populares, por não acreditar neles, mas, aí está o grande erro. Exatamente porque, ele é afastado justamente onde ele deveria ser somado, ou seja, acrescentar experiências e práticas reais, ao conhecimento escolar. Hoje, grande parte das crianças só sabe ver filmes, jogar vídeo game e acessar a internet, penso que isso é indispensável no mundo de hoje, mas, muitos não conhecem animais como, a vaca, que produz o leite e derivados, acham que o leite vem da caixa no supermercado.
Quando era criança tive oportunidade de conhecer muitos conhecimentos populares, com a convivência com pessoas mais idosas, meu pai, já falecido, se estivesse vivo estaria com 80 anos, era um grande exemplo de conhecimento empírico. Ele conhecia ervas e suas finalidades, fazia um xarope de gravatá que com duas doses acabava com qualquer tosse, fazia cálculos para plantio de café e adubação necessária, coisas que me deixavam sempre impressionada, pois, tendo sua formação até o 3º ano do ensino fundamental. Ele conseguia saber em quantos hectares o que daria de mudas de café e adubo para a adubação inicial.
Quanto ao tempo, olhar para o céu e falar as horas, olhar para a lua e saber se vai chover, e todo o conhecimento que hoje está esquecido ou ignorado.
Lembro da roda d’água no sítio que me impressionava, quando enchia uma cumbuca que com o peso exercido fazia a roda rodar e enchia outra e assim sucessivamente, e mais, aquela engenhoca, além de moer o milho, para fazer o fubá, ainda funcionava como gerador de energia.
Enfim, a educação poderia se aproveitar de toda essa carga de saberes, para fazer com que seus alunos sintam, de fato, a relação entre seus conteúdos e a vida prática.

Postado por: Vânia Mussi Tavares

Saberes Populares


Comemora-se na escola “Dia de Santo Antônio, São João e em finais de semana festas com fins lucrativos, mas esquecemos de passar para nossas crianças a origem destas festas. Onde, como e quando elas começaram comidas típicas da época já estão fora da moda, com os pratos mais modernos, mais sofisticados. Os pais, principalmente as mães já não passam mais para seus filhos, e as vezes eles não se interessam pelas receitas de seus antepassados bisavós, avós etc.
Com esta vida corrida do dia a dia, tudo chega pronto. A praticidade, nossa corrida atrás do que é rendoso, os meios de comunicação nos empurrando um amontoado de informações, propagandas, não nos deixam sonhar!... Há algum tempo atrás, ouvíamos histórias, imaginávamos cenários... Viajávamos através da narração de histórias lidas ou contadas.
Hoje, com essa correria pela modernidade desprezamos o conhecimento vindo das experiências vividas acreditando que o importante é o saber científico.
Saber popular e o saber científico juntos proporcionam ao indivíduo uma melhor capacitação.

Postado por: Emiliana Raquel Sousa Raele

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A ESCOLA E OS SABERES POPULARES

Quem é que nunca parou pra ouvir uma história contada pelo avô, avó, pai, mãe, ou por uma pessoa mais velha, sobre seus conhecimentos e vivências passadas, mesmo que não tenham eles, formação acadêmica em alguma área do saber?
Pois é, essas histórias exercem um grandioso fascínio sobre as crianças, que percebem nelas, a chance de decifração dos segredos do mundo e uma forma de conhecerem algo novo, que lhes permitam também experimentarem essas aventuras.
Porém, com o passar de alguns anos, especialmente, ao se entrar em contato com os conhecimentos transmitidos pela escola, se inicia um processo que leva o indivíduo a rejeitar e até a desconsiderar os saberes populares, advindos da prática de vida das pessoas que, através do próprio trabalho, os conquistaram e passaram a diante, de geração em geração. E só a aceitar, aquilo que a ciência reconhece e limita a uns poucos privilegiados.
Portanto, com essa atitude, se desperdiça, por pura arrogância, toda uma valiosa sabedoria capaz de, se bem aproveitada, aproximar saberes escolares e populares, transformando o aprendizado em um processo bem mais atraente e visível aos alunos, por considerar toda essa carga de conhecimentos que os alunos trazem do convívio familiar, e poderiam enriquecer esse momento.
Afinal, tudo que se aprende na escola, só faz sentido se contextualizado em situações reais de uso social. Assim sendo, nada mais pertinente do que ouvir aqueles que podem transmitir suas experiências, proporcionando um diálogo maior entre as descobertas científicas e as práticas populares.
Postado por: Maria Luiza Sanglard Malosto

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Conhecimento popular, conhecimento erudito


Eduardo Rebollo reconhece que não basta ter acesso à informação; o fundamental é transformá-la em conhecimento contextual
Rogério Pereira da Silva


O autor parte das perspectivas de se estudar o conhecimento. Do ponto de vista filosófico o conhecimento resulta da relação do sujeito com o objeto, que passa a ser
conhecido, seja como objeto concreto, seja como ideais, valores ou objetos matemáticos.
A perspectiva psicológica conduz ao estudo do processo cognitivo e analisa a sensação ou recepção dos estímulos. Ele explica que a experiência do conhecimento não é algo cumulativo, visto que quando um novo conhecimento é adquirido, produz uma reorganização em todo o conjunto.
Das teorias do conhecimento, as mais citadas são, segundo Rebolo, empirismo, racionalismo e idealismo. Jean Piaget fala do conhecimento como um processo adaptativo através do equilibro constante de equilíbrio e acomodação e assimilação das estruturas do sujeito e do objeto reciprocamente.
A autor faz essa introdução para falar em “conhecimento popular” e “conhecimento
erudito”, tendo no conhecimento popular algo que surge da experiência – direta ou indireta – com a realidade do dia-a-dia, num tipo de conhecimento que é capaz de observar e absorver fatos e fenômenos.
O conhecimento popular tem valor reprodutivo, que é passado de geração em geração, não se preocupa em alterar estruturas ou se aprofundar em outras questões. Já o conhecimento erudito é aprendido e busca certo distanciamento do objeto. Por ser mais
reflexivo é transformador.
Na sociedade de informação há uma explosão de dados que poderiam nos auxiliar na busca do conhecimento, mas são colocados de maneira caótica e quem se aventura a
buscar as informações necessita de um guia ou uma direção muito clara, pois pode se
perder ou se afogar nesse mar incauto.
O autor diz que não importa tanto falar-se em Internet 2, 3 ou 100, pois a qualidade
das informações e o conhecimento estariam perdidos no meio de muitas outras informações sem importância. Mesmo que se criem filtros e refinamento nos buscadores, isso não basta.
Ele sugere que a chave, para abrir as portas corretas, devem estar dentro de cada um, pois o indivíduo é o único capaz de ponderar a qualidade de um texto e isso não é um problema de software, mas de cabeças.
O autor comenta também que as novas tecnologias da informação que surgem e se
proliferam não estão acessíveis a todos e criam a diferença entre aqueles que tem tempo e disponibilidade e os que ficam à margem. Ele diz que já se pode falar em infopobreza. Isso afeta não somente os indivíduos, mas nações. Há uma nova trama econômica, social e cultural. Nesse cenário os sistemas de educação deveriam desempenhar um papel essencial.
Castells em seu livro “A era da Informação” nos coloca que há populações distintas:
aquelas que podem selecionar circuitos de comunicação multi-direcionados, aos quais ele chama de interatuantes, e os que têm um número limitado de escolhas, os interatuados.
Nesse jogo já estamos no terceiro tempo. E qual é a atitude das Universidades ante
estas realidades?
Universidade e tecnologias

Acompanhar as novas tecnologias no seu surgimento e crescimento rápido e constante é quase impossível para a Universidade, por sua estrutura tradicional. Mas, diante das inovações já existentes, a estrutura tradicional de cadernos de presença / docentes / cursos sempre presenciais que são atualizados, no melhor dos casos anualmente, devem
responder ao desafio das tecnologias da informação, não apenas para ampliar as possibilidades da partilha do conhecimento, mas também para preparar os alunos para um mercado cada vez mais integrado com essas tecnologias. Espera-se que os estudantes saiam da universidade com conhecimento de causa.
Corrigir essa defasagem não é tarefa fácil, pois há necessidade de mudanças estruturais tanto físicas quando da mentalidade de um corpo docente que esteja disposto aos desafios de uma evolução cognitiva. E não apenas o fator humano, mas as implicações
econômicas, de espaços físicos, formas de gestão, etc.
Mas a universidade é metodologicamente e cognitivamente lenta. Vê-se uma velocidade interna e outra externa. Há um paradoxo, pois universidade deveria ser o ambiente ideal para o novo é onde existe a resistência.
Segundo muitos ensaístas, estamos às portas de uma nova maneira de formar o conhecimento. A sociedade, que antes se baseava nas relações materiais agora se baseia nas relações de comunicação.

O que mudou para a Universidade

Com o avanço das tecnologias e sistemas de comunicação a universidade está perdendo parte da exclusividade como centro de saber. Além das suas próprias famílias, as crianças têm nos meios de comunicação uma nova fonte de conhecimento e saber.
A velocidade da sociedade é mais rápida que a velocidade de atualização dos programas curriculares. O saber está à mão apenas através de um click e a universidade não pode competir de igual para igual com essa tendência.
Os modelos de estudo onde o professor fica uma hora e meia à frente da classe parecem estar se esgotando, por mais capacidade que o docente tenha. Não se trata de transformar professores em showman mas sim de atualizar de alguma forma os discursos e as formas de relação professor-aluno que se apresentam hoje.
Professores, estudantes de gestores vêem essas mudanças em perspectivas diferentes, como aqueles que acham que as mudanças são boas por si mesmas e que deve-se incorporar a tecnologia para modernizar-se, ou aqueles que entendem que o controle do
conhecimento está perdido e estão quebrando as estruturas da universidade ou os que
acreditam que os sistemas tecnológicos têm sua sede de controle nos centros hegemônicos e que nos torna mais dependentes como periferia.O caminho que começa
Diante da realidade é necessário que a universidade se transforme. Mas como fazer isso é a questão, visto que a universidade faz parte da trama social que está inserida e não
pode se ficar de fora de suas mudanças ou influências.
A questão de reformar, modernizar e transformar a universidade não é nova e várias
propostas e modelos foram tentados, sem muito êxito. A resposta não está simplesmente
trazer os meios para dentro da universidade, pois essa tentativa foi feita com a inserção de materiais como o vídeo cassete, áudio, como se isso fosse tornar o ensino melhor, mas não foi o que aconteceu.
Muitos estudantes trazem aos professores realidades novas e muitas vezes inimagináveis quando narram seus trabalhos nas empresas e novas formas de conquista de clientes, etc.
Estão em outro nível de busca de conhecimento que a universidade procura chegar, que é o de não acumular conhecimento, mas o de provocar a investigação, abrir as mentes e a criatividade.
Temos que desenvolver as experiências da educação à distância, romper com os esquemas de aula como centralidade, potencializar o trabalho fora da classe e integrar a
idéia da formação permanente.
Há que se fazer um mix entre o mundo material e o mundo comunicacional, entre experiências do conhecimento e novas formas de tecnologia: integrar práticas com teorias.
O futuro imediato, ou seja, agora, o problema não é ter acesso à informação, mas sim em como transformá-la com conhecimento e colocar dentro de um dado contexto. Há
cada vez mais máquinas para mais pessoas, mas as diferenças também são grandes entre os que consomem e os que são capazes de produzir além de consumir (prosumidores?).
Há um grande desafio pela frente para os responsáveis pela formação dos futuros protagonistas das nossas sociedades. Ajudá-los a discernir qualitativamente é um dos
desafios mais difíceis que temos adiante. Mas difícil não é impossível.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

REBOLLO, Eduardo - Informação e conhecimento na sociedade da informação, In: MARQUES DE MELO, TARSITANO, GOBBI & SATHLER – Sociedade do Conhecimento: aportes latino-americanos, São Bernardo do Campo, Editora Metodista,
2005


Acessado em 23/05/2012 às 10:10h

Postado por: Emiliana Raquel Sousa Raele

Conhecimento científico versus conhecimento popular


Por: Regiane Vieira Hatchwell
 
Neste texto farei uma exposição sobre o conhecimento, focalizando o conhecimento científico e o conhecimento popular, suas diferenças, semelhanças e a importância de se obter o conhecimento cientifico.
O conhecimento é algo que todos necessitam, é fundamental na vida do homem, pois torna a vida mais aceitável e efetiva.
O conhecimento só se torna possível por meio da interação com a realidade.
O conhecimento cientifico tem como objeto estudar e esclarecer os fatos ocorridos no universo.
Adquirir o conhecimento é fundamental para que o individuo não seja oprimido, pois da mesma forma que o conhecimento liberta ele também oprime.
A ciência é um conjunto de conhecimentos sobre fatos e aspectos da realidade, expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser recolhidos de modo programado, sistemático e ponderado, para então ser submetido a avaliação e verificação de sua validade. A ciência ocupa-se dos fenômenos que ocorrem na natureza, dos objetos ideais e dos acontecimentos culturais.
Então, é fundamental conhecer a ciência, pois assim ela nos ajudará a entender com clareza os acontecimentos do universo, que muitas vezes são de difícil compreensão. Sem a ciência o homem não teria consciência de si e dos múltiplos acontecimentos a sua volta. No entanto, à medida que o individuo obtém conhecimento, ele se liberta da ignorância, e vai se tornando o “senhor da situação”.
No entanto, o conhecimento não é privilégio de alguns, mas de todo ser humano. Pois o homem é o único ser com a capacidade de pensar. Somos seres pensantes.
Diferentemente da ciência, o conhecimento popular é intuitivo, espontâneo, com forte inclinação para erros, pois não é estudado, analisado e comprovado, por exemplo: quando olhamos para o céu e afirmamos que irá chover, não se teve estudo algum em relação a esta afirmação, mas se sabe que provavelmente choverá, pelo simples fato de o céu estar coberto de nuvens.
A ciência tem uma explicação para este fenômeno. Para isso, primeiramente o fenômeno foi estudado, as informações foram recolhidas para serem analisadas e depois confirmadas.
O mesmo não acontece com o conhecimento popular. As informações que são transmitidas não tem embasamento teórico. Mas existe algo de semelhante entre os dois tipos de conhecimentos, a forma em que é narrado o fenômeno, muitas vezes é o mesmo.
O fenômeno do céu nublado, por exemplo, o cientista tem todo um estudo comprovado que após ficar nublado provavelmente choverá. No conhecimento popular não se tem comprovação de que choverá, mas geralmente chove após o céu ficar nublado, então isto se torna uma verdade popular, que será passado para outras gerações.
 
 
Outro exemplo que pode ser citado é o fato de uma pessoa chamar a outra de “histérica”, pelo simples fato de está gritando com alguém. Este é um termo próprio da psicologia científica. Não houve uma preocupação em definir a palavra usada, e nem por isso deixou de ser entendida pelo outro. Podemos até está próximo da ciência, na maioria das vezes nem o sabemos. 
Por fim, é necessário que se obtenha o conhecimento, e sobre tudo o conhecimento cientifico, para que se tenha uma visão verdadeira das coisas e acontecimentos que nos rodeiam.
  
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 

BOCK, Ana Mercês Bahia. et al. 
Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 

LUCKESI, Cipriano. et al. O conhecimento como compreensão do mundo e como fundamentação da ação. In: ___. Fazer Universidade: uma proposta metodológica. 14º Ed. São Paulo: Cortez, 2005. 

LUCKESI, Cipriano. et al. O conhecimento filosófico e científico. In: ___. Fazer Universidade: uma proposta metodológica. 14º Ed. São Paulo: Cortez, 2005. 

LUCKESI, Cipriano. et al. Conduta na produção do conhecimento. In: ___. Fazer Universidade: uma proposta metodológica. 14º Ed. São Paulo: Cortez, 2005.


Acesso em 23/05/2012 às 09:58h
Postado por: Vânia Mussi Tavares

terça-feira, 22 de maio de 2012

A IDENTIDADE SOCIAL DO IDOSO: MEMÓRIA E CULTURA POPULAR



A IDENTIDADE SOCIAL DO IDOSO: MEMÓRIA E CULTURA POPULAR
    
Silvane Aparecida de Freitas
Maria Jacira da Costa

RESUMO
A cada nova geração, os modos, comportamentos as expressões verbais e as histórias populares vão sendo esquecidas ou assumem novos significados. Pensando na importância da re-significação dessas histórias, desenvolvemos este estudo visando contribuir para a construção de mecanismos de preservação da cultura popular. Para isso, transcrevemos os relatos de cinco idosos, internos no Asilo Santo Agostinho, com o objetivo de trazer à tona sua cultura, criar condições favoráveis para a socialização do idoso e desfazer a visão unilateral e estigmatizada que vem desde a antiguidade, que imobiliza o idoso, impossibilitando-o de reagir aos estigmas da velhice. Ao verificar que a maioria desses sujeitos não possui alfabetização escolarizada, constatamos o quanto de sabedoria popular eles têm para compartilhar, possuem uma pedagogia própria que permite a leitura e interpretação de mundo.

Palavras-chave: Idoso. Identidade. Cultura. Educação.

Introdução

Na antiguidade, a cultura de um povo era transmitida de pai para filho, de geração para geração, apenas por meio da oralidade, sendo a memória humana que conservava as histórias, as crenças, os costumes das pessoas, de indivíduos que viveram, participaram dessa esfera cultural e outros fatos relatados por seus antepassados. No entanto, com as transformações pela qual a sociedade brasileira passou, devido ao processo de industrialização e aos avanços tecnológicos, a humanidade tem buscado novas conquistas e descobertas que trazem ao homem atual facilidades que os antigos não tinham.
Partimos do princípio que todo ser humano tem sua cultura e a promove na medida em que se comunica com o outro. Consideramos que a cultura das pessoas menos escolarizadas é rica em sabedoria popular, brotada do senso comum, da intuição, que é a origem do conhecimento erudito. Ao buscar compreender a identidade cultural de pessoas com mais de sessenta anos, queremos também refletir sobre a educação, bem como os mecanismos internalizados e as contribuições que nos trouxeram. Sabemos que
uma grande parte dessa geração não possuía conhecimento escolarizado devido à olítica, ao sistema de exclusão, e a cultura da época não valorizava esse tipo de conhecimento, já que a leitura e a escrita eram privilégios de poucos.
Partindo desses princípios, visamos refletir sobre a maneira como o idoso é visto na sociedade atual, sendo tratado com indiferença acaba por reduzir ainda mais a sua já abalada auto-estima, contribuindo, portanto, para a sua própria exclusão. Esta é uma luta de classe, onde o idoso é estigmatizado pelos padrões culturais; a sociedade capitalista transformou as pessoas em mercadorias, fixando idades, critérios para cada faixa etária da vida (SIGRIST, 2006).
Tais transformações sociais têm influenciado decisivamente nos hábitos familiares, alterando antigos costumes arraigados. Esse novo comportamento passa a ser aceito como uma nova cultura, as famílias incentivadas pela sociedade admitem como necessidade que “os mais jovens também precisam viver a sua vida” ou que “os velhos já viveram a sua.” (COSTA, 1998, p. 12). Assim sendo, o objetivo deste estudo é contribuir para a valorização da cultura popular do idoso, resgatando os causos, as lendas, os provérbios, os ditados, as superstições, as histórias folclóricas que os idosos tem a nos contar. É importante ressaltar que os relatos dos idosos citados neste artigo fazem parte do Projeto de Extensão “Memória e história: a voz e a vez do idoso”, registrado no site do Sigproj/PROEC/UEMS. Para o desenvolvimento deste projeto, utilizamo-nos dos pressupostos teóricos da Metodologia da História Oral, a qual, segundo Delgado (2006), contribui para relativizar conceitos e pressupostos e universalizar experiências humanas e atua principalmente nas áreas do conhecimento antropológico e sociológico. Assim sendo, passamos a ouvir e gravar as histórias dos idosos do Asilo Santo Agostinho de ParanaíbaMS. Foram sujeitos desta pesquisa cinco idosos internos com idade de 65 a 90 anos, pessoas que deveriam merecer todo o nosso respeito e valorização. No entanto, assim como as suas histórias, eles estão esquecidos, abandonados. Portanto, nesta pesquisa, procuramos dar voz a sujeitos que precisam ser
ouvidos, resgatar sua cultura e integrar o saber popular (saber do idoso).
Ao desenvolver esta pesquisa, esperamos também conscientizar a população jovem sobre a importância de conhecer e valorizar a cultura desses idosos, pois conforme Costa (1998, p. 17), “respeitar os costumes das gerações passadas é respeitar a si mesmo, saber que um dia farão parte desse grupo”, e certamente terão seus costumes, suas crenças para contar a população mais jovem. Assim ao ler/ouvir os relatos dos idosos, poderemos saber quem são e foram esses sujeitos, que contribuições nos trouxeram, 204 Conexao UEPG - que cultura internalizada possui e que precisam ser resgatadas para não se perder no tempo e, assim quem sabe, as pessoas poderão dar o devido valor a quem tanto já contribuiu para com essa sociedade e hoje são tão estigmatizados.
Esta foi a nossa pretensão desenvolver um trabalho que de alguma forma pudesse beneficiar o idoso, promover a sua sabedoria, o que não deixa de ser uma prática educativa.

Acesso em 22/05/2012 às 20:58h
Postado por: Maria Luiza Sanglard Malosto

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Semana 9

Essa semana nossa missão é a elaboração e realização de uma entrevista com uma pessoa idosa da nossa família ou cidade.Segundo uma  reportagem do portal G1 realizada no final do ano passado, a população que mais cresceu, segundo o censo, foi a de idosos que no ano de 1991 correspondia a 4,8% da população e passou para 7,4% em 2010.
Podemos considera-los como pessoas que trazem em si o “testemunho ou o retrato” de uma geração devido aos anos vividos. Sem dúvida são pessoas que merecem nossa atenção e respeito, mesmo com os padrões estabelecidos pela sociedade de uma idade convencionada como inicio da velhice com 65 anos, há em grande parte dessa população condições de contribuir em muito com a sociedade, mesmo que esta muitas vezes demonstre o contrário, passando uma sensação de que eles não passam de um estorvo e incapazes de produzir algo para a mesma.
Na verdade esse é um problema que está inserido em nossa cultura, as famílias que realmente se preocupam em ensinar o respeito aos idosos são poucas, e em muitas é possível perceber comentários e ações de desrespeito ao mesmo. Ao longo do tempo os passos se tornam mais lentos e os sentidos debilitados, alguns ainda conseguem recontar suas repetidas histórias que para eles possuem extrema importância. Assim, palavras como lerda e caduca normalmente são sinônimos de velhice. Na verdade os sujeitos de tais ações esquecem que hoje esses que trazem as marcas do tempo, como a pele enrugada e uma visão fraca, por exemplo, em outros tempos dedicaram sua juventude e vida ao cuidado deles.
Sem discriminação de raça, cor ou condições sociais, trilharemos os mesmos caminhos percorridos por nossos idosos, aqueles que nos antecederam, quer seja aperfeiçoando seus conhecimentos, quer seja seguindo suas tradições. É preciso valorizar o mérito do conhecimento dos mais velhos, e repassa-los aos nossos filhos ou alunos, formando-os de forma consciente da importância dos mesmos, afinal ,daqui a algum tempo não muito distante nos também é que seremos idosos e poderemos ser tratados de acordo com o ensino que foi cultivado.
Mesmo não tendo o mesmo vigor de antes sua cabeça sempre terá um conhecimento a resgatar na memória e nos ensinar algo fantástico, quer seja na politica, na saúde ou até mesmo na moral. Mesmo não podendo mudar a idéia do mundo sobre o conceito de idoso, podemos começar em nossas salas de aula ou em casa a cultivar o respeito por eles e a importância de usufruir de forma positivo seu conhecimento.

Postado por Ísis de Oliveira e Rosângela Ferreira.
 




sábado, 12 de maio de 2012

Diálogos entre cultura e educação na escola




CULTURA

Diálogos entre cultura e educação na escola

Neste artigo, a diretora do Cenpec discute os caminhos para unir educação e cultura no âmbito da escola

18/07/2011 19:06
Educar
Foto: Marina Piedade
Foto: A diretora-presidente do Cenpec, Maria Alice Setubal
A diretora-presidente do Cenpec, Maria Alice Setubal
Quando se pensa na relação entre cultura e educação que se estabelece dentro da escola, existem, pelo menos, três aspectos essenciais que requerem reflexão. O primeiro -- e importante ponto de partida -- refere-se à relação da escola com a cultura do lugar onde ela está situada. Se partirmos do principio de que o lugar é um espaço vivo, carregado de memórias e significações, a abertura à comunidade é fundamental e permite que alunos e suas famílias se enxerguem em seu território, nutram o sentimento de pertencimento, de enraizamento e se sintam reconhecidos no conhecimento que a escola produz e transmite a seus estudantes. Isso independe de datas comemorativas. Consiste sim em uma ampliação do sentido cultural, sem reduzi-lo a "folclorização" de manifestações presentes no dia-a-dia das comunidades. 
É fundamental que a escola -- um equipamento de enorme impacto na vida das crianças e dos jovens --- construa uma ponte entre o conhecimento estabelecido, o patrimônio cultural da humanidade, e aquele conhecimento cultural que está ali presente, circulando na localidade. Espera-se que a escola consiga articular esse patrimônio com a cultura das pessoas que vivem no seu entorno e que a freqüentam.

À medida que também propicia a relação entre os saberes do passado e do presente do território onde se situa, e todo um conhecimento globalizado que está circulando na nossa sociedade contemporânea, a escola permite que os alunos e suas famílias não só nutram o pertencimento temporal a este momento histórico, como reconheçam o seu papel como sujeitos históricos naquele lugar.

Um segundo ponto a ser considerado na relação educação e cultura é o currículo escolar, isto é, a seleção dos saberes que os educadores transmitirão. A escola tem o poder e a legitimidade para selecionar os saberes que serão passados às crianças e aos adolescentes e pode dar voz ou não a determinados personagens, histórias locais e patrimônios culturais e transmitir ou não diferentes modos de saber e de fazer instalados na sociedade como um todo. 
Desse modo, se a escola for capaz de valorizar em sua grade curricular o patrimônio cultural presente na comunidade, nos diferentes grupos sociais, etnias e representações, e não apenas na história oficial, ela desempenhará, sem dúvida, um papel diferenciado. Sua contribuição será ainda maior se renunciar ao uso de abordagens "folclorizadas" ou "pitorescas" da cultura popular, que a tratam como "sub-cultura", e, muitas vezes, reforçam estigmas e deixam determinadas manifestações populares à margem de uma proposta de ampliação de repertório. Assim, ao ampliar o conhecimento das manifestações dos diversos grupos sociais, a escola colaborará para que diferentes grupos se sintam não só reconhecidos, mas também sujeitos desse conhecimento que lhe está sendo ofertado.
Vale dizer que, embora a escola seja o local privilegiado da apropriação do conhecimento, ela não é o único na sociedade. Em grandes cidades, como São Paulo, temos vários locais de acesso a conhecimento. Existe, ainda, todo o conhecimento que pode vir por meio da internet e de todas as tecnologias hoje disponíveis, assim como de equipamentos e projetos culturais conduzidos por organizações não governamentais.

Nesse contexto, um terceiro caminho para aproximar educação e cultura pressupõe a articulação da escola com esses vários locais de conhecimento, equipamentos e projetos de cultura, de forma que esta aliança traga um impacto positivo efetivo na aprendizagem das crianças e dos adolescentes. 
Hoje, no Brasil, há projetos conduzidos por inúmeras ONGs que são belíssimos e muito importantes no se
ntido de levar a crianças e jovens alternativas à indústria cultural e à grande mídia e de ampliar seu universo, por meio do resgate de tradições culturais que eles ouviram em suas casas ou que eles próprios vivenciaram, nos campos das artes plásticas, literatura, comunicação, teatro e música.

Além disso, dezenas de projetos dessas organizações no país já trabalham com um conceito de cultura mais ampliado, ou seja, não uma cultura vista apenas como evento cultural, e sim relacionada com cidadania, sustentabilidade, patrimônio cultural e outros campos.

Esses projetos podem também atuar com as escolas, inserindo as suas especificidades, de música, teatro ou outros campos, por exemplo, a questão do letramento. Em termos práticos, a idéia é que o letramento seja um eixo central nos projetos culturais, totalmente integrado às atividades e dinâmicas, seja na letra da música, no texto do teatro, na instrução para construir um instrumento.

A abertura da escola à cultura de seu território, a escolha de uma grade curricular que valorize a pluralidade e a diversidade cultural local e o intercâmbio da escola com produções e produtores de cultura na sociedade são alguns caminhos para unir educação e cultura. Os desafios, contudo, são muitos e continuam postos, e cabe aos educadores e à sociedade engendrar novas aproximações possíveis.


Maria Alice Setubal, 58 anos, é socióloga, mestre em Ciências Políticas pela USP e doutora em Psicologia da Educação pela PUC-SP, presidente da Fundação Tide Setubal e diretora-presidente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), onde atua há mais de 20 anos. Foi consultora do Unicef na área educacional para a América Latina e o Caribe.

                      
Postado por Maria Aparecida Domiciano de Oliveira
UAB3-UFJF