Vejo que a escola não valoriza muito os
saberes populares, por não acreditar neles, mas, aí está o grande erro.
Exatamente porque, ele é afastado justamente onde ele deveria ser somado, ou
seja, acrescentar experiências e práticas reais, ao conhecimento escolar. Hoje,
grande parte das crianças só sabe ver filmes, jogar vídeo game e acessar a
internet, penso que isso é indispensável no mundo de hoje, mas, muitos não
conhecem animais como, a vaca, que produz o leite e derivados, acham que o
leite vem da caixa no supermercado.
Quando era criança tive oportunidade de
conhecer muitos conhecimentos populares, com a convivência com pessoas mais
idosas, meu pai, já falecido, se estivesse vivo estaria com 80 anos, era um
grande exemplo de conhecimento empírico. Ele conhecia ervas e suas finalidades,
fazia um xarope de gravatá que com duas doses acabava com qualquer tosse, fazia
cálculos para plantio de café e adubação necessária, coisas que me deixavam
sempre impressionada, pois, tendo sua formação até o 3º ano do ensino
fundamental. Ele conseguia saber em quantos hectares o que daria de mudas de
café e adubo para a adubação inicial.
Quanto ao tempo, olhar para o céu e
falar as horas, olhar para a lua e saber se vai chover, e todo o conhecimento
que hoje está esquecido ou ignorado.
Lembro da roda d’água no sítio que me
impressionava, quando enchia uma cumbuca que com o peso exercido fazia a roda
rodar e enchia outra e assim sucessivamente, e mais, aquela engenhoca, além de
moer o milho, para fazer o fubá, ainda funcionava como gerador de energia.
Enfim, a educação poderia se aproveitar
de toda essa carga de saberes, para fazer com que seus alunos sintam, de fato,
a relação entre seus conteúdos e a vida prática.
Postado por: Vânia Mussi Tavares
Nenhum comentário:
Postar um comentário